A obesidade tem sido associada com o diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.  Esta situação é associada ao aumento de mediadores inflamatorios circulantes, citoquinas, e alguns outros relacionados  com o desenvolvimento da chamada sindrome metabólica. Assim como a inflamação atinge os órgãos perifericos, postula-se que também acometa o sistema nervoso central, relacionando-se com sintomas similares a ansiedade ou depressão e, ainda, agravando quadros psiquiátricos pré-existentes.

As alterações de humor e cognitivas que ocorrem nos obesos podem refletir as consequencias neurologicas de eventos moleculares e celulares. Estudos indicam mediadores imunes na fisiopatologia de vários distúrbios somáticos que podem alterar as funções cerebrais, assim como afetam os tecidos periféricos. O papel crítico da inflamação no cérebro normal ou anormal pode esclarecer o seu papel na etiologia, progressão e até o tratamento dos sintomas neuropsiquiátricos associados às condições inflamatórias graves, incluindo a obesidade.
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A obesidade crônica é caracterizada por hipertensão, doença arterial coronariana, dislipidemia, alteração da tolerância à glicose ligada à hiperinsulinemia e à resistência à insulina, chamados coletivamente de síndrome metabólica. Esta síndrome vem sendo relacionada à distúrbios neurologicos, como os distúrbios neuropsiquiátricos – depressão, ansiedade, alterações cognitivas – derrame, e doença de Alzheimer. Estas condições reduzem a qualidade de vida destas pessoas, aumenta as taxas de morbidade e mortalidade e os custos de saúde em todo o mundo.
Estudos em animais, particularmente com dieta hiperlipídica em ratos, demonstraram um aumento da expressão de marcadores inflamatórios (IL 1, IL 6, COX2 ) induzidos por um potente imunogênico, neste caso, lipopolissacarídeo. Outros estudos com o mesmo modelo de dieta mostrou exacerbação de citoquinas cerebrais (IL1, TNF-alfa), principalmente no hipocampo, que se associa-se à dificuldades cognitivas e de aprendizado. Além disto, registra-se dificuldades na reatividade emocional, memoria espacial, comportamentos ansiosos, depressivos. Os resultados de pesquisas sugerem o papel da inflamação sistêmica e/ou do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal mediando alterações emocionais associadas à obesidade/sindrome metabolica. A obesidades em conjunção com fatores ambientais podem amplificar as disfunções do sistema nervoso central e/ou ter consequências nefastas no humor e cognição.  Este quadro psicológico leva a deterioração de comportamentos saudáveis e uma pobre adesão aos tratamentos propostos.
A inflamação causada pela obesidade leva a elevação das citoquinas inflamatórias, o acúmulo de leucócitos no tecido adiposo e em outros órgãos, a ativação de macrófagos no fígado e tecido adiposo e ativação de mecanismos proinflamatórios em múltiplos órgãos, inclusive alteração da microbiota do intestino devido à inflamação decorrente da dieta rica em gordura.
Todo este contexto, também contribui para o surgimento ou agravamento das dores crônicas.
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Alimentação saudável é um aliado para o nosso cérebro.
Fonte: Castanon N et al. Neuroinflamação: novos insights sobre funções benéficas e prejudiciais, 2015
termografia médica

Termografia e Termorregulação

A termografia médica é o exame que avalia a termorregulação. A temorregulação fisiológica nos humanos tem um papel fundamental tanto na dissipação do calor. Quando estamos com calor a pele fica avermelhada e suamos mais.  Por outro lado, quando estamos com frio o corpo treme pela ação dos músculos. Assim, ocorre o controle do calor interno que sofre a ação do meio ambiente.

Regulação da temperatura

O controle da temperatura corporal é comandado pelo nosso comando central que fica no cérebro.  Este comando central para esta atividade chama-se hipotálamo.  O hipotálamo recolhe informações de vários lugares do corpo. Depois, processa e envia ordens através dos nervos para deixar tudo quentinho a cerca de 36 oC.

Termostato

Este trabalho similar a um termostato é perfeito.  Desta forma, podemos registrar a temperatura a pele. Este  registro chama-se  termografia.  Através da  termografia podemos comparar a temperatura  de várias áreas do corpo. O tronco e o abdomen é mais quente, enquanto que os pés e as mãos são geralmente mais frios.  Esta variação forma um verdadeiro “mapa” de temperatura corporal.

Termografia

Como o mapa de temperatura corporal é controlado pelo nosso sistema nervoso, qualquer alteração vai se refletir na pele.  Assim, se temos uma área inflamada no joelho, a pele ficará mais quente exatamente no ponto de inflamação.  Se por outro lado, o problema é na coluna e alguma raiz nervosa inflama, também ocorre alteração na temperatura da pele.  O interessante é que as raizes nervosas carregam o comando de uma determinada área da pele, assim forma-se um “caminho” com temperatura diferente.

Termografia médica

A termografia médica é o exame que analisa este mapa de temperatura corporal e a regulação a temperatura.  Este exame auxilia o neurologista, o ortopedista, o fisiatra e os demais colegas da área no diagnóstico de doenças.  Estas doenças geralmente são de origem articular, muscular ou neurológica.
Como a temperatura do corpo varia de acordo com o ambiente, o exame é realizado em ambiente a 23 oC, sem vento e com pouca umidade do ar.  Para um exame preciso de todo o corpo, precisamos realizar uma sequência de 39 imagens.  A seguir, estas imagens térmicas são depois processadas e analisadas para permitir um laudo criterioso e funcional do corpo.