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bebidas alcoólicas e maus hábitos alimentares

Bebidas alcoólicas são potentes tóxicos para os nervos

 O uso de  bebidas alcoólicas e o sistema nervoso é um problema atual em todas as sociedades. Seja pelos seus efeitos agudos com comportamentos violentos, seja no trânsito provocando mortes violentas.  A médio e longo prazo o efeito do álcool no sistema nervoso central, afeta a memoria, a capacidade de raciocínio.  No sistema nervoso periférico afeta a sensibilidade da pele, a circulação e finalmente o funcionamento dos músculos.

Como são feitas as bebidas alcóolicas fermentadas

A história das bebidas fermentadas remonta quase a historia da vida humana em sociedades.  Alguns microorganismos são utilizados para fermentar os acúcares em álcool. Os principais microorganismos são do tipo Sacaromices.

Fermentação para obter bebidas alcóolicas

As Sacaromices são utilizadas para a fermentação de cerveja, vinho, cada especie de acordo com a bebida desejada. Todo os açúcares são  consumidos neste processo, resultando na formação  de álcool  com tornando a bebida alcóolica classificada de acordo com o grau alcóolico. A história é tão interessante que em priscas eras, na Holanda, a cerveja era utilizada como substituto da água péssima que banhava os seus pântanos.  Embora possa parecer estranho, esta cerveja com baixo teor alcóolico era oferecida para as crianças.

Hábitos pouco saudáveis

O mundo caminhou e com ele seguiu o consumo de bebidas alcoólicas com objetivo recreacional.  Junto com este hábito,  gradualmente foi introduzida na alimentação o sal, o açúcar e, finalmente as comidas processadas, com quantidades colossais de gordura e açúcares.  Esta combinação alimentar inadequada com o abuso de álcool vem modificando a vida das pessoas.  Esta modificação se reflete no aumento de doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão arterial, além da obesidade.  Estas condições afetam o tempo de vida saudável, levando ao envelhecimento precoce do organismo e uma perda de energia no dia-a-dia.

Como o álcool afeta a qualidade de vida?

Esta mudança de estilo de vida tem aumentado as doenças relacionadas ao mal funcionamento do metabolismo – as sindromes metabólicas.  Sabe o que isto significa? Que as bebidas alcoólicas e os maus hábitos alimentares são capazes de afetar como vamos viver.

O nosso fígado, desenvolvido para trabalhar com legumes , verduras e frutas e, eventualmente um pouco de proteína animal, foi atacado diariamente por substâncias tóxicas, que vão  de medicamentos à bebida alcoólica. O álcool é sem dúvida um potente tóxico pois agride os nervos e o sistema nervoso central. Além disso, piora a síndrome metabólica e leva a qualidade de vida ao seu nivel mais baixo. O resultado desta síndrome metabólica é a formação da tríade – obesidade, hipertensão e diabetes.

A obesidade tem sido associada com o diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.  Esta situação é associada ao aumento de mediadores inflamatorios circulantes, citoquinas, e alguns outros relacionados  com o desenvolvimento da chamada sindrome metabólica. Assim como a inflamação atinge os órgãos perifericos, postula-se que também acometa o sistema nervoso central, relacionando-se com sintomas similares a ansiedade ou depressão e, ainda, agravando quadros psiquiátricos pré-existentes.

As alterações de humor e cognitivas que ocorrem nos obesos podem refletir as consequencias neurologicas de eventos moleculares e celulares. Estudos indicam mediadores imunes na fisiopatologia de vários distúrbios somáticos que podem alterar as funções cerebrais, assim como afetam os tecidos periféricos. O papel crítico da inflamação no cérebro normal ou anormal pode esclarecer o seu papel na etiologia, progressão e até o tratamento dos sintomas neuropsiquiátricos associados às condições inflamatórias graves, incluindo a obesidade.
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A obesidade crônica é caracterizada por hipertensão, doença arterial coronariana, dislipidemia, alteração da tolerância à glicose ligada à hiperinsulinemia e à resistência à insulina, chamados coletivamente de síndrome metabólica. Esta síndrome vem sendo relacionada à distúrbios neurologicos, como os distúrbios neuropsiquiátricos – depressão, ansiedade, alterações cognitivas – derrame, e doença de Alzheimer. Estas condições reduzem a qualidade de vida destas pessoas, aumenta as taxas de morbidade e mortalidade e os custos de saúde em todo o mundo.
Estudos em animais, particularmente com dieta hiperlipídica em ratos, demonstraram um aumento da expressão de marcadores inflamatórios (IL 1, IL 6, COX2 ) induzidos por um potente imunogênico, neste caso, lipopolissacarídeo. Outros estudos com o mesmo modelo de dieta mostrou exacerbação de citoquinas cerebrais (IL1, TNF-alfa), principalmente no hipocampo, que se associa-se à dificuldades cognitivas e de aprendizado. Além disto, registra-se dificuldades na reatividade emocional, memoria espacial, comportamentos ansiosos, depressivos. Os resultados de pesquisas sugerem o papel da inflamação sistêmica e/ou do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal mediando alterações emocionais associadas à obesidade/sindrome metabolica. A obesidades em conjunção com fatores ambientais podem amplificar as disfunções do sistema nervoso central e/ou ter consequências nefastas no humor e cognição.  Este quadro psicológico leva a deterioração de comportamentos saudáveis e uma pobre adesão aos tratamentos propostos.
A inflamação causada pela obesidade leva a elevação das citoquinas inflamatórias, o acúmulo de leucócitos no tecido adiposo e em outros órgãos, a ativação de macrófagos no fígado e tecido adiposo e ativação de mecanismos proinflamatórios em múltiplos órgãos, inclusive alteração da microbiota do intestino devido à inflamação decorrente da dieta rica em gordura.
Todo este contexto, também contribui para o surgimento ou agravamento das dores crônicas.
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Alimentação saudável é um aliado para o nosso cérebro.
Fonte: Castanon N et al. Neuroinflamação: novos insights sobre funções benéficas e prejudiciais, 2015